quinta-feira, 31 de março de 2011

Entre Livros e PDF's: o caso das traduções amadoras

Confesso que em determinados momentos tenho um sentimento ambíguo com relação às traduções que os Jogadores lançam, e também com aquelas lançadas por outros grupos. Estaríamos nós, aficionados rpgistas, entusiastas da criação de enredos, personagens, cenários e coisa que o valha, aventureiros em campos linguísticos estrangeiros que tentam versar para o português edições estadunidenses (ouço a Marcha Imperial?) atingindo fatalmente o lançamento destas mesmas publicações amadoras que fazemos por editoras de "papel e tinta"?

Sinceramente, não sei. Eu particularmente, pensando sobre o assunto numa reflexão de banho, ponderei: "De forma alguma!" Se fosse o caso de uma editora brasileira lançar em português um livro que algum grupo de tradução já tenha lançado, eu não deixaria de comprar o livro em detrimento do arquivo digital. Mas só consigo - mal e porcamente - responder por mim mesmo. O mercado rpgístico nacional seria abalado com essas iniciativas amadoras? Quem poderia dizer isso seria, com certeza, o mercado.

Vocês, consumidores de mercadorias rpgísticas, se vissem lançado em português, num livro capa dura, cheirando a tinta fresca e folhas plastificadas, uma edição de "7º Mar" por alguma editora brasileira, comprariam o livro. Se dedicariam àquela sensação de manusear o objeto, liso e lustroso, dedilhando as páginas de gramatura grossa e bem acabada, tendo o incrível prazer de assinar seu nome e a data de aquisição do produto na contracapa do livro? Ou seriam acossados pelo pragmatismo de ter acesso à informação pura, não importando o invólucro que a envolve, tendo de consultá-lo apenas quando em frente à tela de computador ou, para os mais ousados, folheá-lo encadernado em espiral de plástico?

Obviamente isso soa bastante protocolar: a coisa por seu valor estético e seu valor de troca, não pelo que contém. Mas convenhamos, isso faz diferença. O que você faria?

7 comentários:

  1. São vários valores e emoções sentidas ao se parar pra pensar em desejos, pois um livro um bem ou um serviço quando não são essenciais para a vida não passam disso...
    É emocionante quando você vai até uma livraria e adquire um exemplar maravilhosamente acabado do seu RPG preferido na sua língua nativa, o cheiro de papel novo, a capa, os desenhos e tudo mais, o que lhe permite um maior entrosamento e maior entendimento cultural (quando bem traduzido), mas quando não existe a tradução e por força maior (desejo de toda empresa: lucro ou melhor falta dele) alguns exemplares não são traduzidos ou não recebem o cuidado esperado pelo valor pago, se torna importantíssimo o trabalho de tradutores que desejam manter o RPG, os livros e as traduções com alta qualidade, ajudando pessoas que não tem acesso as versões em outras línguas, ou livros que nunca serão traduzidos por se imaginar uma venda muito baixa... Esses são de extrema importância

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    1. "...ou não recebem o cuidado esperado pelo valor pago..."
      Cara as vezes tenho vontade de imprimir eu mesmo em uma gráfica rápida, se pudesse eu mandaria fazer e pagaria os direitos autorais...

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  2. Eu com certeza pagaria para ter o produto novo e acabado.
    tanto que traduzi livros que ainda não lançaram aqui, e dizem que vão lançar!
    mas ao invés de espiral de plástico escolhi encadernação brochura e papel de qualidade assim como a impressão.
    Bem o prazer de ter o livro nas mãos e pensar foi eu que fiz!
    É impossível de traduzir com palavras a senssação.

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  3. Sem duvida compraria o livrto, mesmo tendo o pdf, e todos os jogadores q eu conheço tambem o fariam.

    Ps: ao anonimo acima, esses livros q ele traduziu, estão postados em algum lugar?

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  4. Eu acho que se apenas os suplementos tivesses disponíveis e os manuais básicos estivessem sendo vendido, isso poderiam até alavancar as vendas dos suplementos. Mas o problema é que os manuais mais antigos não estão tão fáceis de achar e, em sebos, estão muito caros.
    Vale salientar que o objetivo dos grupos de tradição não é a pirataria "burra", o que estraga a tradução, e investimentos, para produtos em português, e sim "auxiliar" os "desfalques" de suprimentos.
    Um bom exemplo disso é o caso de ROR, que estava traduzindo a edição de aniversário mas parou para não prejudicar o comércio RPGístico brasileiro. Se esse comercio vai mal, e não dá lucro o suficiente para a editora investir mais, é por uma questão social e econômica. No mais, isso é só minha humilde opinião...

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  5. O caminho é bem por aí Anônimo... Tua ideia é uma alternativa, e creio que os RPGs indies são uma alternativa, pois o main stream sempre acaba esbarrando na questão mercadológica e etc. Se bem que... Iniciativas gratuitas no exterior encontram-se vendidas quando traduzidas para o português... É uma questão bastante complexa essa!

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  6. Concordo ...eu não deixaria de comprar livros originais por ter digital ...o digital não vai me dar aquela sensação ao abrir o lobisomen 2 edição e ver as marcas das garras na capa ...

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